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Auscultadores estão a criar uma nova sociedade de surdos
por Filomena NavesHojeComentar

Auscultadores estão a criar uma nova sociedade de surdos
Fotografia © Paulo Spranger/Global Imagens
Há uma nova geração que põe os fones para fugir ao barulho e que corre o risco de ficar surda aos sons da natureza. Estes são um antídoto para o stress, alertam os cientistas.
Onde quer que vamos, dentro e fora de portas, há um ruído de fundo permanente, demasiadas vezes, muitos decibéis acima do mero burburinho. A sociedade do barulho, com os carros a rugir nas estradas ou os aviões pelos ares, e as aparelhagens e as televisões sempre a debitar som nos espaços interiores públicos, invadiu as cidades e começa a impor-se também nas zonas naturais, perturbando os ritmos das espécies – incluindo da nossa, que deu em refugiar-se, pelo menos nas gerações mais novas, nos iPod e telemóveis com os respetivos auscultadores.
“Há uma geração em risco de ficar surda aos sons da natureza”, alerta o biólogo Kurt Fristrups, do serviço nacional de parques dos Estados Unidos, sublinhando que “estamos a condicionar-nos a nós próprios a ignorar a informação que chega aos nossos ouvidos”.
Preocupado com os efeitos do ruído crescente da civilização – até os sítios mais recônditos do planeta, como os desertos a perder de vista ou as florestas tropicais mais impenetráveis são sobrevoados por aviões -, Kurt Fristrups levou os últimos dez anos a gravar os sons em 600 locais de diferentes regiões dos Estados Unidos, incluindo no coração dos parques nacionais, e conclui que nenhum deles está imune ao ruído das máquinas criadas pelos humanos. Além disso, a poluição sonora está a aumentar mais depressa do que o crescimento populacional – pelo menos nos Estados Unidos.
Daí a preocupação deste cientista com a potencial surdez das novas gerações. “Há um perigo real, tanto de perda de acuidade auditiva, uma vez que por causa da sobre-exposição ao barulho deixamos de ouvir, como de perda de hábito de escutar, o que implica que deixamos de nos envolver com a sonoridade do nosso ambiente natural”, explica Kurt Fristrups, citado no diário britânico The Guardian.
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