Semam deve implantar novo Disque Silêncio – Cidade – Diário do Nordeste

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Órgão diz que o serviço vai
funcionar neste ano, e cada
reclamação será atendida, no
máximo, em 30 minutos
Assim como em outras
grandes cidades, em
Fortaleza, o nível de barulho
registrado em bares, casas de
shows ou mesmo de veículos
com aparelhos de som tem
tirado o sono dos moradores.
Por conta disso, a Secretaria
do Meio Ambiente e Controle
Urbano (Semam) planeja
implantar, neste ano, em
parceria com outros órgãos,
um novo call center do Disque
Silêncio, por meio do qual, em
até 30 minutos, uma
reclamação possa ser
atendida.
Embora os moradores da
Capital já tenham acesso ao
Disque Silêncio, há demora
nas resoluções. Neste ano,
das 2.236 ligações atendidas
pela Semam, 1.361 relatavam
barulho em bares,
restaurantes, igrejas ou
paredões fotos: Marília
Camelo
O anúncio foi feito ontem, pelo
titular da Semam, Adalberto
Alencar, durante audiência
pública para debater a
poluição sonora na Capital. Os
constantes incômodos
relacionados ao barulho fazem
com que os moradores
procurem com frequência os
serviços da Secretaria do
Meio Ambiente e Controle
Urbano (Semam) ou da Policia
Militar e Civil. Porém, embora
algumas reclamações sejam
antigas, nem sempre são
prontamente atendidas. Por
isso e ideia de implantar o call
center, conforme anunciou o
titular da Semam, Adalberto
Alencar.
Barulho
De acordo com a Semam, um
dos principais problemas
ainda é o barulho em bares e
paredões ou equipamentos
acoplados a carros. Só no ano
passado, foram 71 paredões
apreendidos. Neste ano, até
maio, o órgão já contabilizou
119 apreensões de paredões,
o que equivale a um aumento
67% em relação ao ano inteiro
de 2011.
Ainda de acordo com o órgão,
a maioria das reclamações
recebidas ocorre devido à
poluição sonora. Para se ter
uma ideia, das 2.236 ligações
atendidas pela Semam neste
ano, 1.361 foram por conta do
barulho em bares,
restaurantes, igrejas, carros de
som ou paredões, o que
corresponde a 62% do total.
Diante disso, o titular da
Seman, juntamente com o
comandante da Companhia de
Policiamento Ambiental
(CPMA), major Marcos Costa,
e representantes da sociedade
civil estiveram reunidos, na
manhã de ontem em uma
audiência pública de Pacto
pelo Silêncio na sede do
órgão. O objetivo era discutir
a poluição sonora em
Fortaleza e propor soluções
prática.
Foi então que o titular da
Semam anunciou a criação de
um novo Disque Denúncia, em
parceria com o Ronda do
Quarteirão, CPMA e Secretaria
de Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) do
Ceará. “A proposta é que o
serviço funcione durante 24
horas. Já temos recursos
humanos e materiais
disponíveis, falta apenas
firmar parceria com o Ronda
do Quarteirão”, diz.
Segundo o secretário, a ideia
é que o call center funcione
em parceria constante com o
Ronda do Quarteirão. Portanto,
o mesmo irá enviar um ofício
ao governador Cid Gomes,
para a SSPDS e ao comando
do Ronda do Quarteirão.
“Atualmente, confesso que o
atendimento é demorado, mas,
após a criação desse serviço,
os chamados serão atendidos
em até 30 minutos”, afirma.
Cenário
E quem sofre com esse
cenário de barulho e falta de
atendimento é a população
que, muitas vezes, não
consegue dormir ou descansar
após um dia de trabalho. O
dentista João Silva (nome
ficticio) mora no bairro de
Fátima e, há anos, se sente
incomodado com o barulho
vindo de um bar onde dezenas
de paredões de som são
ligados ao mesmo tempo,
tirando o sossego dele e da
sua família.
Ele desabafa dizendo que não
sabe mais o que fazer e diz
que já pensou em se mudar,
pois, apesar de morar no 9º
andar, a impressão é que o
som está dentro do seu
quarto. “Tenho uma filhinha
com dois meses de vida. Já
fiz quatro denúncias para a
Semam, uma na Regional do
bairro, uma na Procuradoria
Regional do Meio Ambiente e
várias na Polícia, cada um
joga a bola para o outro e
ninguém resolve, tudo fica, o
barulho continua”.
Autuações crescem 35% em
dois anos
Os números comprovam que,
apesar da Lei do Paredão e do
anúncio nos meios de
comunicação sobre os limites
permitidos para som de
carros, bares, restaurantes,
igrejas e buffets, o cenário de
poluição sonora, gerado pela
falta de educação, em
Fortaleza, cresce ano após
ano. De acordo com a
Semam, em 2009, o órgão
registrou 550 autuações por
poluição sonora, falta de
autorização sonora e
equipamentos em vias
públicas. Já no ano passado,
este número cresceu para 747,
o que corresponde a 35% a
mais em dois anos.
Foto
Durante debate, comandante
da CPMA disse que o número
de equipes é insuficiente para
atender a todo o Ceará, por
isso, novos grupos devem ser
criados
Porém, os dados não refletem,
diretamente, a realidade, já
que o número de equipes para
realizar essa fiscalização não
é suficiente, e não há uma
parceria forte entre os órgãos.
De acordo com o comandante
da Companhia de
Policiamento Ambiental
(CPMA ), major Marcos Costa,
a demanda é muito maior que
a capacidade de atendimento,
pois há apenas quatro
equipes da CPMA disponíveis
para atender chamados em
todo o Estado. “Além das
reclamações sobre poluição
sonora, temos que atender
outras demandas. O que o
nosso órgão faz vai muito
além da sua capacidade”,
destaca.
Apreensão
Outra coisa importante para
melhorar o atendimento,
segundo o Major, é uma maior
celeridade nas delegacias. Ele
relata que uma vez que estava
no comando de uma operação
de uma apreensão de veículos
a demanda no Departamento
de Polícia era tão grande que
a equipe chegou às 19h30 no
local e saiu às 7h30 da
manhã. “Para reduzir essa
demanda basta a população
ter educação. Estive em uma
conferência nacional onde
estava presente 24 estado e
ninguém sabia o que era
paredão de som. Isso é um
costume nosso”, destaca.
Para reverter esse quadro, o
major Marcos afirma que até
dezembro uma nova turma de
30 policiais militares irá se
formar e há uma expectativa
de duas novas equipes da
CPMA atuando em Fortaleza e
uma para o interior do Estado.
“Hoje, os policiais estão
iniciando o curso de
formação, espero que até o
fim do ano eles estejam
atuando na Capital e no
interior”, conclui.
KARLA CAMILA
REPÓRTER

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