http://txt.jt.com.br/editorias/2006/04/30/ger62817.xml
O prédio é vizinho de duas boates: ao lado há a Punto, interditada há cinco meses por falta de alvará de funcionamento, e nos fundos fica a Vinyl, que está aberta. Segundo a aposentada Maria de Carvalho Guimarães, as janelas de seu apartamento, no segundo andar, vibram com o som alto. “Ponho pedaços de papelão entre o vidro e o trilho para diminuir a trepidação.” Ela também se queixa dos freqüentadores. “Precisa ver como eles vão embora, todos num silêncio mortal.” Outra moradora descontente é a produtora de vídeo Larissa Ferrari. Os fundos de seu prédio, na Rua Professor Vahia de Abreu, dão para a Arena, na Cardoso de Melo. “Dá para sentir a vibração da cama.” Larissa disse já estar acostumada, mas nem por isso se conforma. “Não vou a essas boates e faço campanha contra se alguém quiser ir.” A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, responsável pelo Programa de Silêncio Urbano (Psiu), informou que as medições de ruído são feitas regularmente nos bares da Vila Olímpia. Apesar da reclamação da vizinhança, os níveis foram considerados normais na Arena, Punto e Vinyl. A reportagem conseguiu localizar apenas o proprietário da Punto, Ali Bazzi. Ele disse que, mesmo com a aprovação nos testes do Psiu, contratou um técnico em acústica. “Se os vizinhos deixarem, ele visitará os apartamentos para ver qual é o problema.” A família de Ali é também é dona do bar Bazzi, na Rua Clodomiro Amazonas, no Itaim Bibi, que foi lacrado pela segunda vez pelo Psiu na quarta-feira por desrespeitar a primeira interdição. Sete bares foram emparedados na madrugada de ontem por fiscais do Psiu. A blitz vistoriou 27 estabelecimentos em 11 subprefeituras. Os locais interditados já haviam sido lacrados por excesso de ruído, mas continuavam abertos.